terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Há alguns dias atrás um guri, que devia ter entre 15 e 17 anos, foi até o box, olhou algumas camisetas, me perguntou o preço e saiu. Cerca de meia hora depois ele voltou, acompanhado do pai. Olhou algumas camisetas, acabou escolhendo uma do Iron Maiden, o pai dele perguntou se ele queria mais alguma coisa e ele pediu um spike, daqueles com "espinhos" mesmo a resposta do pai foi algo como " -Isso eu não permito!", uma reação absolutamente negativa, de modo que parecia que o ato de usar um spike faz de alguém usuário de drogas ou homossexual, o pai então pediu pro guri escolher outra coisa, ele então escolheu outro spike, mas sem "espinhos" e com o símbolo do Se pultura (ou era do Ramones?), o pai respondeu algo como "- Esse até vai, mas aquele não.", me pagou pelo spike e pela camiseta e os dois saíram.
Esse foi um caso, existiram outros, muitos outros, alguns envolvendo mães me perguntando como alguém pode querer usar coisas "tão horríveis" ou a amiga/irmã/namorada que disse que deve-se adorar a Jesus e não ao Nirvana, ou ainda amiga que declarou, "-A revolução acabou, 'revolucionário', não compre uma camiseta do Che.". Em vários casos, quem disse este tipo de coisa ainda me olhou em busca de aprovação ou talvez esperando que eu reagisse. Eu poucas vezes disse qualquer coisa, e quando disse, nunca foi o que eu quis dizer, minha situação não permite, querendo ou não, eu não tenho o poder de mudar a mentalidade de ninguém, ao menos não com uma frase.
Mas sabe quem pode? Aqueles que são o alvo dessa discriminação, através de atitudes, demonstrações de responsabilidade, mostrando que a cultura rock'n roll/metal/punk não é limitada a "ficar bêbado e fazer barulho", limitar-se a isso é dar munição aqueles que acreditam que o rock'n roll e suas vertentes são só isso mesmo. Não que ficar "bêbado e fazer barulho" não seja divertido, mas todos sabemos que isso é só uma pequena parte de uma subcultura rica chamada cultura rocker.
Alguns dias atrás um amigo meu contou que sua mãe, evangélica, achava um horror as camisetas de banda que ele usa, hoje ela acha elas bonitas e, certo dia, quando ele chegou em casa ela estava ouvindo Pantera(!) e o que ela disse? "Legal essa música, quem canta?".
Com esse caso, encerro a postagem.

Mas, lembro a todos que o blog é aberto, quem quiser ter algo postado só precisa me mandar que eu posto e, obviamente, credito ao criador. Se alguém quiser ser um colaborador fixo, (e com isso postar sem me ter como intermediário) só precisa conversar comigo. As portas estão abertas.

Um comentário:

  1. Isso é muito comum, eu mesma já passei em algum momento da minha vida por esse tipo de pré-conceito (é um pré-conceito sim), o mesmo que irrita a quem é alvo. Pessoas nos criticam por usarmos preto, ou uma simples camiseta de banda, dizem que nossas "pulseiras" são horríveis, e provavelmente vamos ir pro "inferno" quando morrermos pelo simples fato de não seguirmos os padrões estabelecidos pela sociedade, sociedade esta que julga aquela "quadrilha colorida" normal, diz que devemos quebrar os discos do Iron Maiden e queimar os pôsters das paredes do quarto. Isso é revoltante. Fico puta só de pensar.

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